Por qualquer grande cidade brasileira que se ande, possivelmente você encontrará um nome de rua “Ana Nery” ou “Ana Néri”. Trata-se de Ana Justina Ferreira Neri (1814-1880), cachoeirana, pioneira na enfermagem no Brasil. Ana Nery foi enfermeira voluntária na Guerra do Paraguai (dezembro de 1864). Casada com um capitão-de-fragata (Isidro Antônio Nery) morto em 1843, quem deixou-lhe três filhos, dois deles oficiais do Exército; Ana requereu ao presidente da província da Bahia que lhe fosse permitido acompanhar os filhos e o irmão (major Maurício Ferreira) durante a guerra ou prestar serviços nos hospitais do Rio Grande do Sul. Deferido o pedido, Ana prestou serviços ininterruptos durante toda a campanha, em hospitais militares de Salto, Corrientes, Humaitá e Assunção. Terminada a guerra, volta à Cachoeira, cidade que lhe rende grandes homenagens. Recebe do governo imperial a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe.Viu um dos filhos morrer em batalha e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, aos 66 anos de idade.Outra mulher do Recôncavo que merece destaque é Maria Quitéria de Jesus (1792-1853), militar heroína da Guerra da Independência. Entre 1821 e 1822 quando iniciaram-se na Província da Bahia manifestações contra o domínio português, Maria Quitéria pede ao pai (sem filhos homens) autorização para alistar-se. Surpreso o pai nega-lhe o pedido e ela foge para a casa de uma meio-irmã, e com a ajuda dela e do marido (José Cordeiro de Medeiros) corta os cabelos, veste-se como homem e dirige-se à vila de Cachoeira, onde se alistou como “Medeiros” no Regimento de Artilharia, onde permaneceu por duas semanas, até ser descoberta pelo pai. Defendida pelo Major José Antônio da Silva Castro (avô do poeta Castro Alves, o “poeta dos escravos”) comandante do Batalhão dos Voluntários do Príncipe, foi incorporada à tropa em virtude de sua habilidade com armas e reconhecida disciplina militar. Ao seu uniforme foi acrescido um saiote (nesta ocasião e depois de outras batalhas quando já era Cadete e portava espada, capacete e penacho). No monumento ao 2 de Julho (Dia da Independência da Bahia) na praça do Campo Grande em Salvador, pode-se ver bonita escultura homenageando a “Joana D’Arc brasileira”. Por decreto presidencial (de 28/06/1996) Maria Quitéria foi reconhecida como Patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro e sua imagem encontra-se em todos os quartéis e repartições militares do país. Maria Quitéria nasceu no sítio do Licurizeiro, no Arraial de São José das Itapororocas, na comarca de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira, atual Feira de Santana (BA).
quarta-feira, 9 de março de 2011
Mulheres do Recôncavo
Postado por
Ativa Cachoeira
às
09:37
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